Você já se perguntou como o agronegócio brasileiro se conecta com os EUA? Com o Brasil como um dos maiores produtores agrícolas do mundo e os EUA como um grande mercado consumidor (e concorrente em alguns segmentos), entender essa relação é essencial tanto para produtores quanto para investidores.
Neste artigo você vai descobrir:
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Contexto da relação
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Importância para o agro brasileiro
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Como funciona o comércio entre os dois países
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Dicas e curiosidades
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Tabela comparativa
🌎 Por que a relação entre agronegócio brasileiro e Estados Unidos é importante?
O Mercado do Agronegócio Brasileiro e a Relação com os EUA é estratégico porque:
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Os EUA compram carne, café, soja, milho e suco de laranja do Brasil.
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Ao mesmo tempo, os EUA exportam insumos, maquinários e tecnologias agrícolas para o Brasil.
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Dessa interação nascem oportunidades e barreiras que impactam preços, produção e inovação.
1. Panorama do comércio agrícola Brasil–EUA
Segundo a USDA, o Brasil é o segundo maior exportador mundial de grãos (soja, milho), além de liderar em café, carnes, açúcar e suco de laranja.
Entre 2021 e 2023, o Brasil passou os EUA como maior exportador de soja e avançou forte em milho globalmente.
2. Faturamento e produtos principais
De janeiro a novembro de 2024:
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US$ 152 bilhões em exportações do agronegócio brasileiro .
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Soja gerou US$ 52 bilhões, carnes US$ 23 bilhões, açúcar US$ 18 bilhões.
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Exportações de café verde já somaram US$ 1,47 bilhão só em novembro.
3. Relação comercial Brasil–EUA no agronegócio
Apesar da relevância, o Brasil representa apenas cerca de 3% das importações agrícolas dos EUA.
Os produtos exportados ao mercado norte-americano são concentrados: carne bovina, café, suco de laranja, açúcar, fumo, celulose e algodão.
Como concorrente, o Brasil disputa com os EUA em soja, milho, algodão e carnes, porém o Brasil tem ganho participação global nessas commodities.
4. Barreiras comerciais e disputas tarifárias entre Brasil e Estados Unidos
As barreiras comerciais são medidas adotadas por um país para limitar ou dificultar a entrada de produtos estrangeiros em seu mercado. Elas podem incluir tarifas de importação (impostos cobrados sobre produtos estrangeiros), cotas, exigências sanitárias, entre outras estratégias.
Em 2025, a relação comercial entre Brasil e Estados Unidos enfrentou fortes tensões, marcadas por um aumento expressivo nas tarifas americanas sobre produtos brasileiros.
Tarifas impostas em 2025:
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Abril/2025:
Os EUA aplicaram uma tarifa de 10% sobre uma série de produtos agrícolas brasileiros, com o argumento de “proteção da produção interna” e de “desequilíbrio comercial”. -
Julho/2025:
Durante um pronunciamento, o então presidente americano Donald Trump anunciou novas tarifas, bem mais agressivas:-
50% de tarifa sobre:
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Café brasileiro
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Suco de laranja concentrado
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Carne bovina
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Aviões da Embraer
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Essas medidas foram vistas como protecionalistas, ou seja, tentativas dos EUA de favorecer seus produtores nacionais às custas da concorrência externa — neste caso, o Brasil.
📌 Principais impactos dessas tarifas:
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Preços mais altos para o consumidor americano
Com o aumento das tarifas, produtos brasileiros ficaram mais caros para os importadores nos EUA. Isso se refletiu em:-
Aumento do preço do café nos supermercados americanos
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Alta no suco de laranja, especialmente em redes de fast food e cafeterias
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Encarecimento da carne bovina, um item amplamente consumido nos EUA
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Produtores brasileiros em alerta
As novas tarifas levaram muitos exportadores brasileiros a reavaliar seus contratos com os EUA, buscando:-
Alternativas de mercado (como China, Europa e Oriente Médio)
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Redução no envio de carnes e sucos para os Estados Unidos
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Reestruturação de custos para tentar manter competitividade
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Tensões diplomáticas crescentes
O governo brasileiro classificou as medidas como “hostis” e cogita:-
Retaliação comercial, como aumento de tarifas sobre produtos americanos (ex: trigo, milho, maquinário)
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Acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC) por práticas desleais
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Reforçar alianças comerciais com outras potências, como China e União Europeia
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Risco para a balança comercial
Os EUA são um dos maiores compradores de produtos agropecuários brasileiros. Com as tarifas:-
As exportações podem cair, impactando diretamente a economia rural brasileira
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Produtores de soja, carne e frutas já relatam perdas ou cancelamentos de pedidos
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Pequenos e médios produtores são os mais afetados, pois dependem fortemente das exportações
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5. Oportunidades e desafios para o Brasil
Mesmo com tarifas, existem oportunidades:
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Diversificar a carteira de produtos exportados, indo além dos itens tradicionais.
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Aumentar o uso de tecnologia e inovação para ganhar competitividade.
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Aproveitar os canais preferenciais, como o GSP, que oferecem vantagens tarifárias nos EUA.
6. Tabela comparativa do agronegócio Brasil x EUA
| Aspecto | Brasil | Estados Unidos |
|---|---|---|
| Exportações agroculturais | US$ 153 bi (2024) | Forte produção interna, mas déficit agrícola |
| Principais produtos | Soja, carne, açúcar, café, suco, celulose | Soja, milho, carnes, bioetanol |
| Participação no mercado dos EUA | ~3 % das importações agrícolas | Importa do Brasil café, suco, carne |
| Barreiras comerciais | Tarifas de 10–50 % (2025) | Subsídios, cotas, proteção doméstica |
| Oportunidades | Diversificação e GSP | Tecnologia e insumos para o Brasil |
7. Dicas e curiosidades
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O Brasil superou os EUA em exportações de soja e milho globalmente.
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O setor de bioetanol é estratégico para ambos: juntos produzem ~70 % do etanol mundial.
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As tarifas podem pressionar o real e beneficiar temporariamente exportadores brasileiros.
8. Desafios para avançar
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Pequena participação no mercado americano indica dificuldades de acesso.
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Protecionismo dos EUA com cotas, subsídios e barreiras sanitárias.
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Acordos bilaterais são complexos devido a especificidades técnicas e interesses.
Conclusão
A relação comercial agrícola entre Brasil e Estados Unidos é uma via de mão dupla repleta de potencial, tensões e desafios. Enquanto o Brasil ganha mercado global, enfrenta barreiras nos EUA — que recorrem a tarifas para proteger sua indústria. Mesmo assim, há espaço para diversificação, inovação e acordos comerciais inteligentes.
👉 E você, produtor ou interessado no agro, acha que o Brasil deveria negociar mais acesso ao mercado americano? Deixe seu comentário e contribua para o debate!